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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Humanismo resumo

 O Humanismo foi um movimento filosófico e literário que ocorreu nos séculos XIV e XV, na Península Itálica.


Inicialmente, o termo era empregado para designar os estudos de humanidades, ou seja: literatura clássica, história, dialética, retórica, aritmética, filosofia natural e línguas modernas.


Mais tarde, recebe este nome porque representa a ideia que o homem estaria no centro de tudo (antropocêntrica), ao contrário da mentalidade medieval, que era teocêntrica.


Aliás, os humanistas rejeitavam o período medieval e chamaram esta época de “Idade das Trevas”, enquanto eles representavam o “Renascimento”.


Na literatura, destacaram a temática mitológica, o hedonismo e a natureza como um lugar de harmonia.


Os filósofos humanistas valorizaram o ser humano, a investigação através de métodos científicos (empíricos) e as ideias da Antiguidade Clássica.


Características do Humanismo

O Humanismo buscava na razão a explicação para os fenômenos do mundo.


Para o humanista, estudioso da Antiguidade Clássica, somente com a ordem era possível chegar à harmonia. Este princípio servia tanto para a arte como para a política.


Desta maneira, surge o antropocentrismo, onde o homem e não Deus estaria no centro do universo.


Não significa que a religião foi abandonada, nem deixou de fazer parte da vida dos seres humanos. No entanto, o homem se vê agora como protagonista da história, dotado de inteligência e vontade, e capaz de mudar seu destino.


Assim, o homem do renascimento não aceita as verdades pré-concebidas, pois tudo deve ser provado pelo meio da experimentação (empirismo).


Um exemplo são as novas ciências surgidas nesta época:


Filologia – estudo da origem das palavras

Historiografia – estudo da escrita da história

Anatomia – estudo do funcionamento do corpo humano

Humanismo na literatura

O Humanismo foi um movimento eminentemente literário. Nesta época, a poesia, sempre ligada à música, torna-se um gênero independente.


Os autores recuperaram a temática da mitologia greco-romana e com isso escreveram obras de teatro, poesia e prosa.


O hedonismo estará presente valorizando a mulher jovem, graciosa e de formas harmônicas. Esta ideia será usada também pelos pintores e escultores.


Por sua parte, a natureza será um espaço de paz, tal como havia sido descrita pelos autores latinos.


Importante ressaltar que haverá lugar tanto para mitologia clássica, como para obras religiosas e moralizantes. Afinal, os autores eram católicos e se preocuparam em adaptar esta nova visão de mundo às crenças cristãs.


Autores como Erasmo de Roterdã e Tomás Morus serão os principais nomes do Humanismo cristão com livros sobre espiritualidade e conduta moral, segundo os ensinamentos do cristianismo.


Humanismo português

O Humanismo português se inaugura com a produção de Gil Vicente (1465 -1536?).


Este autor escreveu autos e farsas para serem representados para a corte portuguesa.


Em suas obras destaca-se a crítica à sociedade, como podemos encontrar no “Auto da Barca do Inferno”, onde os personagens de diferentes condições sociais entram no barco do Anjo ou do Diabo.


Humanismo renascentista

O Humanismo ocorre dentro do Renascimento, entre os séculos XIV e XV, na Península Itálica, especialmente em Florença.


Na época, esta cidade era um dos centros comerciais mais importantes do mundo. As grandes famílias, como os Médici, os grêmios de trabalhadores e a Igreja se lançaram a patrocinar artistas e literatos para mostrar sua riqueza.


A atividade artística passa a ter grande prestígio social, pois o artista é alguém que agora cria e não repete apenas modelos estabelecidos anteriormente.


Este período se caracterizou pela valorização da Antiguidade Clássica e novas leituras foram feitas de filósofos como Platão e Aristóteles. Igualmente, os descobrimentos geográficos na África e na América ampliaram o horizonte europeu.


Esta mentalidade se espalhou primeiro para os reinos mais próximos à Península Itálica como Espanha e França.


Humanismo na filosofia

O Humanismo na filosofia é uma escola presente tanto no Renascimento como no século XX, quando recebe o nome de filosofia humanista.


Os filósofos do Renascimento como Giannozzo Manetti (1396-1459) valorizavam a experiência terrena do homem. Para ele, o ser humano era um animal racional, dotado de inteligência e sagacidade.


Nesta linha, Marsilio Ficino (1433-1499), defende que a vida espiritual deve se basear numa devoção interior e não através de ritos exteriores.


Finalmente, Giovanni Pico della Mirandolla (1463-1494) resumiu em suas obras o espírito do Renascimento: questionamento, tolerância cultural e religiosa, e obtenção do conhecimento a partir de diferentes saberes.


Humanistas

Além dos autores citados anteriormente, outros escritores humanistas importantes foram:


Lorenzo de Médici (1449-1492): diplomata, poeta e governante de Florença (1469-1492), Lorenzo de Médici manteve o mecenato iniciado por seu avô. Além disso, enviava artistas a distintas cortes europeias, colaborando para difusão da arte humanista. Uma de suas obras mais conhecidas é o canto carnavalesco “O triunfo de Baco e Ariadne”, escrito em 1490.


Nicolau Machiavelli (1469-1527): filósofo, diplomata da República de Florença de 1498 a 1512 e considerado o fundador da ciência política. Seu nome se tornou adjetivo na cultura popular e erudita: “maquiavélico”. Esta expressão foi usada para qualificar seu livro “O Príncipe” (1516), onde defendia que os interesses de Estado devem estar acima de tudo.


Cardeal Cisneros (1436-1517): arcebispo de Toledo, cardeal e regente do reino de Castela, após a morte de Isabel, a Católica. Fundador da Universidade de Alcalá e patrocinador da Bíblia poliglota. Reformou a ordem dos franciscanos, aplicando medidas que só seriam estabelecidas pela Igreja universal quase meio século mais tarde. Também assumiu o Tribunal da Inquisição e impôs penas em dinheiro ao invés de físicas.


Nícolas de Cusa (1401-1464): nascido na Alemanha, cardeal, jurista e teólogo, sua obra mais conhecida é “Da Douta Ignorância”, de 1440. Nesse livro ele faz uma defesa da ignorância, afinal jamais alcançaremos todo o conhecimento. Nem por isso devemos deixar de tentar, pois somente o caminho até Deus (que é inalcançável) aquietará nossa mente limitada.


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